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O Veneno

O Veneno

       O veneno produzido pelo género Conus apresenta adaptações notáveis, pouco habituais noutros tipos de veneno produzidos por outros animais.

       A principal característica do veneno é a sua grande gama de toxinas, existindo mais de 100 compostos distintos; número muito superior ao encontrado em alguns venenos de diversos animais, nomeadamente em serpentes, peixes, aranhas e medusas.

      Além disso, cada espécie de búzios cone apresenta um veneno com características particulares e um perfil farmacológico definido e distinto relativamente a outras espécies.

      Este veneno pode ser considerado um “cocktail” de toxinas que actuam em diferentes pontos da transmissão nervosa ou da actividade muscular. Estas toxinas são muito específicas para os seus respectivos alvos, ligando-se a determinados receptores membranares bem definidos[1].

 

Tabela 1 – Letalidade comparativa entre toxinas e agentes químicos seleccionados em ratinhos de laboratório[2].

 

Tipos de conopéptidos


        Os péptidos do veneno dos búzios cone dividem-se em duas famílias principais (figura 1): conotoxinas ricas em ligações dissulfureto e péptidos com poucas ligações deste tipo[3]. Muitos dos péptidos que pertencem a estas classes actuam em alvos famacológicos distintos (Figura 2).

 

Figura 1- Diagrama organizacional dos péptidos dos búzios cone, indicando as superfamílias, padrões de ligações dissulfureto e alvos farmacológicos conhecidos[3].

 

 

Figura 2- Alvos dos péptidos de Conus[4].

 

 

Bibliografia:

[1]- López J. Conotoxina. Spira, 2001, Vol. 1, No. 1, 7-11.

[2]- http://grimwade.biochem.unimelb.edu.au/cone/Toxins_Table.html, acedido a 20-05-2011.

[3]- Terlau H, Oliveira B. Conus Venoms: A Rich Source of Novel Ion Channel-Targeted Peptides. Physiol Rev, 2004; 84: 41–68.

[4]- Brush E., The Clinical Basis Of Medical Toxicology.  Marine Envenomations, Capítulo 16.

 

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